Portugal firma-se como principal
vitrine de jogadores para a Europa
No
século XXI, houve uma inflação nos preços de jogadores de futebol. Na década de
80 e 90, um jogador considerado caro para o futebol brasileiro custava cerca de
1 milhão de dólares. Hoje em dia muitos jogadores são vendidos por mais de 10
milhões de euros, sendo que muitos destes nem são de alto nível técnico. Houve
uma supervalorização de jogadores, e quem lucra é quem os forma ou os lança no
mercado mundial. Formou-se um ciclo, onde a América do Sul exporta jogadores
para Portugal, que serve como vitrine para vendê-los para clubes maiores do
Velho Continente. A alma deste negócio
reside no fato de que os jogadores saem do continente sul-americano por um
baixo preço para times portugueses, que os revendem para outros times de grande
porte por um preço exorbitantemente maior.
A
tabela apresenta alguns jogadores comprados por Benfica e Porto, respectivamente,
por um preço relativamente baixo em relação ao da posterior venda. O que chama
atenção é que os portugueses observam com muito mais carinho o mercado
sul-americano, o que possibilita com que eles comprem jogadores que se
destaquem para depois revender. Se clubes grandes como Real Madrid e Manchester
United tivessem o mesmo carinho em relação ao nosso mercado, pagariam muito
menos por jogadores que atualmente estão em seus elencos. Exemplo disso é o
zagueiro David Luiz do Chelsea. Quando jogava pelo Vitória-BRA, se destacou e
foi vendido ao Benfica por 440 mil libras. Depois de fazer sucesso, o clube de
Londres pagou 24,6 milhões de libras pelo mesmo.
Analisando vários fatores,
podemos formatar algumas possibilidades para a ocorrência de tal ciclo, como :
§
Clubes grandes como os citados acima querem
jogadores já renomados e adaptados ao futebol europeu. Ao invés de comprar
jogadores direto do nosso mercado, que serão apostas, preferem pagar mais caro
em um jogador que já deu resultado.
§
O nível de futebol em Portugal é mais baixo que
em outros países, portanto os jogadores terão mais facilidade em jogar bem e se
destacar; também pelo baixo nível, Porto e Benfica participam quase que
anualmente de competições continentais, o que aumenta a visibilidade de seus
jogadores
§
Baixa pressão da torcida, visto que o jogador
chegará em clubes portugueses e terá um tempo de adaptação e para jogar bem sem
muita pressão e ficará mais preparado para uma futura transferência para um
time de maior porte, o que não ocorreria se fosse direto para um gigante
europeu, onde os resultados precisam ser rápidos e a pressão é alta.
Podemos concluir portanto que o futebol português é visado
para exportar jogadores e ganhar dinheiro, visto que nos últimos anos Benfica e
Porto não ganharam títulos expressivos fora de seu país. Se eles realmente
quisessem voltar seu futebol para títulos e sucesso profissional, manteriam
seus elencos, que seriam muito fortes e brigariam por títulos internacionais.
Mas não, eles comprar jogadores desconhecidos todos os anos e os revendem na
próxima janela.
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